Brasília – As manifestações pró-governo Bolsonaro marcadas para 7 de setembro, estimuladas, inclusive, pelo próprio presidente da República, que já adiantou que participará dos atos em Brasília e São Paulo, preocupam as secretarias de Segurança Pública e o Congresso, que pedem reforço na segurança diante do risco de vandalismo e até invasão de prédios públicos. Na capital paulista, os atos já viraram caso judicial. O Tribunal de Justiça do estado decidiu ontem que o governador João Doria (PSDB) não pode proibir manifestações contra o governo, desde que ocorram em locais distintos dos protestos a favor do Planalto convocados para a Avenida Paulista. Doria havia dito que, para evitar risco de confrontos, atos contra o governo federal não seriam permitidos no dia 7.
Líderes da oposição ao governo na Câmara assinaram requerimento para convocar o ministro da Justiça, Anderson Torres, para explicar as medidas tomadas pela pasta para evitar ataques contra instituições no feriado. Senado, Câmara e o Supremo Tribunal Federal (STF) pediram ao governo do Distrito Federal reforço na segurança da Esplanada dos Ministérios. A principal preocupação é com a presença de radicais bolsonaristas, incluindo policiais militares. O governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou ponto facultativo às vésperas do feriado para evitar aglomerações. Ele afirmou que “manterá a segurança da população e dos manifestantes pacíficos”, e que o plano de contingência está sendo elaborado pela Secretaria de Segurança.
Questionado sobre as manifestações, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou: “A gente tem que se esforçar para que os movimentos de rua aconteçam e sejam pacíficos grandes ou pequenos, isso é irrelevante. A gente tem trabalhado em Brasília para distensionar, diminuir, dirimir e exterminar com as versões”. Segundo ele, o Brasil é “acostumado a solavancos” e que a antecipação do processo eleitoral “machuca o país”. “Não cabe a qualquer político deixar de ser otimista ou tentar diminuir versões que são impostas”, afirmou ele em evento promovido pela Federação Brasileira de Bancos.
Ele disse também que Bolsonaro é quem pauta o país, inclusive em relação a movimentos e manifestações previstos para o dia 7. “O presidente Bolsonaro, de uma maneira ou de outra, é quem pauta esse país. Certo ou errado, pautou com a situação do voto impresso e agora com 7 de Setembro. Nunca se falou tanto em 7 de Setembro na história do Brasil, pelo menos que eu me entendo como gente. A gente falava de 7 de Setembro organizando os desfiles das escolas municipais, estaduais e ia para a avenida para ver o Exército e a Polícia Militar desfilarem, mas só se fala em 7 de setembro. O humor das bolsas dos mercados está na hipótese do 7 de Setembro. Não haverá nada no 7 de Setembro”, avaliou.